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quarta-feira, 30 de março de 2011

Cafeína e desempenho nas lutas

Cafeína e desempenho nas lutas


Na Figura que ilustra esse artigo, observamos uma espécie de planta, na qual seus frutos (Guaraná) são ricos de um princípio ativo valorizado na medicina e nos esportes: a cafeína. A cafeína é a substância mais utilizada no mundo, comumente ingerida no café, chá, refrigerantes, bebidas energéticas, etc. Na tabela abaixo, apesar de não constar a quantidade de cafeína contida no guaraná em pó "natural" da Amazônia, registre-se que possui, aproximadamente, o dobro da quantidade encontrada no café. Apesar de existir em formulações, comercializada como medicamento (comprimido ou cápsula), a sugestão é de que seja utilizada naturalmente, por meio de bebidas e/ou alimentos sólidos como os presentes na Tabela ou mesmo pelo guaraná natural.


Existem indícios de que, em função da ingestão aguda de cafeína, ocorra aumento da força muscular e maior resistência à instalação do processo de fadiga muscular. Sugere-se que isso ocorra principalmente pela ação direta da cafeína no Sistema Nervoso Central (SNC). Desse modo, a utilização de cafeína tem se mostrado eficiente para retardar o aparecimento da fadiga e aumentar o poder contrátil do músculo esquelético e/ou cardíaco, inferindo, portanto, na melhora da capacidade de realizar trabalho físico, embora a maioria dos estudos não seja conclusiva com relação aos mecanismos responsáveis por esses efeitos. A cafeína age positivamente sobre a percepção de dor e esforço percebido durante o exercício. Também pode melhorar os aspectos cognitivos do desempenho, tais como a atenção e concentração, principalmente quando o lutador não tem dormido bem. A partir de 2004, deixou de constar na lista de substâncias proibidas da AMA (Agência Mundial Antidoping).


É evidente na literatura os efeitos da cafeína sobre a performance em exercícios aeróbios e anaeróbios. Parece produzir efeitos benéficos tanto nos exercícios mais curtos e de alta intensidade, assim como nos esforços submáximos, inclusive, em exercícios intermitentes (com interrupções), similar aos esforços realizados nas lutas. Entretanto, esses efeitos foram mais notórios em atletas de elite que não ingeriam cafeína regularmente. Além disso, sua aplicação é mais eficiente quando ingerida antes e/ou durante o exercício em quantidades moderadas (1-6 mg por kg de massa corporal). Se o lutador se abster de cafeína pelo menos 7 dias antes de sua utilização vai dar maior chance de otimizar o efeito agudo de melhora do desempenho. Assim, como forma alternativa de uso, poderia reiniciar com quantidade mais baixa, aumentando gradativamente para evitar intolerância ao longo de 3 ou 4 dias, pouco antes do treinamento se tornar mais intenso. Para concluir, salientamos que, apesar de o índice não ser elevado, já existe na literatura (Ros et al., 2006) registro de consumo de cafeína com intuito de aumentar a performance por atletas de elite de Luta Olímpica.


Absorção:

Parece alcançar concentração máxima entre 15 e 120 minutos após a ingestão. Boa parte dos estudos utiliza o intervalo de 60 minutos entre a ingestão de cafeína e o início do exercício, pois este parece ser o tempo em que se observa a maior concentração de cafeína na corrente sangüínea.

Principais reações adversas:

Enjôos, taquicardia, nervosismo, agitação, dificuldade para dormir (estimulação do SNC), vômitos (por irritação gastrintestinal), náuseas.

Sinais de superdosagem:

Dor abdominal gástrica, agitação, ansiedade, febre, confusão, cefaléias, taquicardia, irritabilidade, centelhas de luz nos olhos.

Precauções:

Suspender se apresentar pulso rápido, enjôos ou batimentos cardíacos extremamente fortes. Com o uso prolongado pode-se produzir hábito ou dependência psicológica.

Contra-indicações:

A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de doença cardíaca grave, disfunção hepática, úlcera péptica, hipertensão e insônia.



Referências:

1) Altimari, L. et al. Cafeína e performance em exercícios anaeróbios. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v.42, n.1, 2006;
2) Carr, A. et al. Effect of caffeine supplementation on repeated sprint running performance. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness, v.48, n.4, p.472-478, 2008;
3) Davis, J. et al. Caffeine and Anaerobic Performance: Ergogenic Value and Mechanisms of Action. Sports Medicine, v.39, n.10, p.813-832, 2009;
4) Hudson, G. et al. Effects of Caffeine and Aspirin on Light Resistance Training Performance, Perceived Exertion, and Pain Perception. Journal of Strength and Conditioning Research, v.22, n.6, p.1950-1957, 2008;
5) Projeto Bulas da Anvisa - http://www.anvisa.gov.br/;
6) Ros et al. El dopage em los deportes de contacto. Efdeportes Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 102 - Noviembre de 2006;
7) Silveira, L. et al. Efeito da lipólise induzida pela cafeína na performance e no metabolismo de glicose durante o exercício intermitente. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.12, n.3, p.21-26, 2004;
8) Sökmen, B. et al. Caffeine Use in Sports: Considerations for the Athlete. Journal of Strength and Conditioning Research, v.22, n.3, p.978-986, 2008.

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