PATROCINADORES

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terça-feira, 29 de março de 2011

Quarteto da Atos comemora domínio no Pan

Quarteto da Atos comemora domínio no Pan
 
Rafael Mendes, Bruno Frazatto, Guilherme Mendes e Eduardo Ramos dominaram o peso pena do Pan-Americano 2011 e voltaram para casa com as quatro primeiras colocações para a Atos. Pela primeira vez, a equipe treinou fora do Brasil, ficando um mês concentrada em San Diego, na Califórnia, o que para Rafael Mendes fez a diferença.
“Esse camp foi muito bom. Treinar no Brasil é bom, mas você sempre tem uma distração, aqui não, a gente fica um mês na mesma casa, almoçando, treinando juntos, fazendo preparação física. A gente ficou tipo em uma concentração, só treinando Jiu-Jitsu, comendo e descansando. Nosso objetivo esse ano é fechar todos os campeonatos”, comentou Rafa.

Rodolfo comenta a atuação perfeita no Pan

Rodolfo comenta a atuação perfeita no Pan
 
O ano de 2011 está sendo perfeito para o faixa-preta Rodolfo Vieira. O atleta da GFTeam conquistou peso e absoluto na seletiva carioca para Abu Dhabi e, no último final de semana, repetiu o feito, no Pan 2011, que aconteceu em Irvine, na Califórnia. Rodolfo bateu nomes como Antônio Braga Neto, Leo Nogueira e conquistou o título do peso pesado e do absoluto em cima de Bernardo Faria, da Alliance. No peso, Rodolfo venceu por 8 a 0. Já na final do absoluto, Bernardo estava esperto e dificultou a vida do atleta da GFTeam, que conseguiu a vitória nas vantagens, já que o placar permaneceu inalterado. Após a conquista, o casca-grossa analisou sua trajetória.

“Não tinha como ser melhor, se melhorasse estragava, campeão do pesado e absoluto, foi uma guerra, no absoluto eu fiz quatro lutas. Peguei dois gringos de cara e finalizei, depois peguei o Leo Nogueira e consegui finalizar também. Lutei com o Braga Neto em mais uma guerra, a gente trocando umas quedas, eu entrando, ele entrando e graças a Deus consegui passar, pegar as costas e apertar. A final com o Bernardo foi mais apertado do que no peso, onde eu fiz 8 a 0, mas graças a Deus eu ganhei, a segunda luta foi bem mais difícil”, disse Rodolfo, que quer repetir sua saga de conquistar peso e absoluto por onde passar.

“Em Abu Dhabi (Mundial Profissional), vou tentar peso e absoluto, com e sem quimono, porque se não, não tem graça. Se eu ganhar o absoluto em Abu Dhabi vai dar pra dar uma boa levantada na na pipa (risos). Se Deus quiser vou estar bem treinado para ganhar o Mundial também”, projetou Rodolfo. 

Cacareco focado na luta contra a balança

Cacareco focado na luta contra a balança
 
Após uma sequência de sete vitórias consecutivas por finalização no primeiro round, Alexandre Cacareco finalmente teve a tão sonhada oportunidade de lutar no UFC. Mas a estreia do faixa-preta de Luta Livre no maior evento de MMA do planeta não saiu como o planejado. Cacareco acabou nocauteado ainda no primeiro round pelo russo Vladimir Matyushenko e revelou a TATAME que foi convocado às pressas para sua estreia no UFC.

“Faltando 20 dias para a luta, me ofereceram essa oportunidade, é um evento que você não pode dizer não, é uma oportunidade que todo mundo quer, igual Copa do Mundo. Eu estava dando aula, não estava treinando para competir  e, dos vinte dias que passei em Curitiba, cinco foram só para fazer exames, resolver o negócio da documentação, uma dor de cabeça só. Na real, eu treinei quinze dias para uma luta daquelas... Então eu acho que senti um pouco, o evento pesa muito, a estreia pesa, fora todos esses problemas que eu tive”, comentou o lutador.

Escalado para enfrentar o ex-companheiro de treinos da BTT, Rousimar Toquinho, Cacareco acabou sendo obrigado a recusar o combate, pois estava sem condições psicológicas para lutar, já que havia perdido familiares na tragédia que assolou a região serrana do Rio de Janeiro. Após deixar a Chute Boxe, Alexandre vem treinando e mantendo a forma no condomínio Le Parc, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Com mais uma luta no contrato, o UFC sugeriu que o lutador descesse de categoria para lutar entre os médios, mas a perda de peso não está sendo fácil.

“Cara, a gente está tendo um probleminha para eu baixar de peso por causa da minha estrutura, mas vamos ver como isso acontece até o mês que vem, vamos ver como vai ficar”, disse Cacareco, que garante que vai fazer uma boa apresentação quando for convocado a voltar ao octógono. “A expectativa é a melhor possível. Hoje o meu foco é o peso, descer o peso, para não ter nenhum problema. Tenho mais uma luta e estou focado em fazer uma boa apresentação, então tenho que fazer tudo certo. Primeiro vou baixar o peso, ver a minha preparação física, e vamos que vamos”, finalizou Cacareco

Minotouro fatura o maior cheque do UFN 24

Minotouro fatura o maior cheque do UFN 24


Mesmo sofrendo a derrota, quem faturou o maior cheque no UFC Fight Night 24, foi o brasileiro Rogério Minotouro, que levou pra casa U$ 90 mil. Johny Hendricks levou o segundo maior cheque, faturando U$ 44 mil + U$ 22 mil de bônus pela vitória em cima de T.J. Waldburger. Amir Sadollah recebeu U$ 40 mil + U$ 20 mil de bônús pelo triunfo em cima de DaMarques. O invicto Phil Davis faturou U$ 34 mil + U$ 17 mil de bônus pela vitória em cima de Rogério Minotouro. O menor cheque da noite foi de U$ 6 mil, pago a Edwin Figueroa, que foi derrotado por Michael McDonald. O brasileiro Mario Miranda recebeu U$ 10 mil de cachê, dos U$ 537 mil distribuídos a todos os lutadores que que participaram do evento.

Dana White frustrado com Wanderlei Silva

Dana White frustrado com Wanderlei Silva

Presidente do UFC, Dana White está claramente descontente com Wanderlei Silva. Após demonstrar interesse em casar uma luta entre Wand e Vitor Belfort, que se desafiaram na TATAME, Dana ficou frustrado pelo interesse do “cachorro louco” em enfrentar Chris Leben. Na conferência de imprensa realizada em Nova Jersei, após o UFC 128, White comentou o assunto. “Nós oferecemos ao Wanderlei o Vitor Belfort e agora ele fica no Twitter fando lobby no Twitter para enfrentar Chris Leben. Eu não quero que ele lute com o Leben, quero que ele enfrente o Vitor Belfort. Vitor aceitou essa luta, quer essa luta e só estamos aguardando o Wanderlei aceitar”, disse Dana, que está “preocupado” com a carreira do novo campeão dos meio-pesados, Jon Jones.

“A vida dele vai mudar em muitos sentidos, começando agora. Quando você chega a esse nível, eu me preocupo. Ele está em uma jornada muito estranha e selvagem agora. Ele parece ser um cara que tem uma base suficiente, as pessoas certas a sua volta para segurar a barra e levá-lo a melhor direção, mas a gente nunca sabe. Espere para ver as pessoas que vão começar a cercar o Jon Jones. As mais sujas, maquiavélicas, nojentas, maldosas pessoas na face da terra vão começar a querer sugar tudo que vem desse cara e virar pragas, vão tentar levá-lo para direções diferentes... É aí que a coisa fica feia. É parte do negócio, é parte de qualquer negócio, quando alguém se torna importante e popular”, analisou Dana White.

Minotouro x Phil Davis ( parte 01 )

Minotouro x Phil Davis ( parte 02 )

Análise da frequência no treinamento de força

Análise da frequência no treinamento de força





A estética é o principal objetivo da maioria das pessoas que procuram o treinamento de força, aumentos de massa muscular e diminuição da gordura corporal são os desejos dos praticantes.As pessoas que estão à procura da melhora da estética buscam um físico harmonioso com toda a musculatura bem desenvolvida, ou seja buscam a simetria muscular, porem quando observamos algumas metodologias de treinamento encontramos alguns problemas na freqüência do treinamento como por exemplo: uma freqüência maior para um determinado grupo muscular em relação ao outro ou intensidade maior em um grupamento muscular em relação ao outro.

Porém antes de iniciar a discussão vamos entender o que é uma divisão de treinamento e o que é a frequência de treinamento: a frequência no treinamento de força pode ser descrita como a quantidade de vezes que um grupamento muscular é treinado em um determinado período de tempo, essa freqüência é geralmente analisada em uma semana.
A divisão de treinamento pode ser explicada como a repartição dos grupamentos musculares treinados, em diversas sessões. Essa divisão geralmente é feita em: Geral, AB, A/B/C, A/B/C/D/E/F essa ultima muito usada por culturistas com o nome de BLITZ.Estes são apenas alguns tipos de divisões de treinamento.

Todos os praticantes do treinamento de força que tem objetivos estéticos buscam a simetria muscular, porém é muito comum encontrarmos treinamentos com uma freqüência maior para alguns grupamentos musculares em relação a outros grupamentos. Uma sequência seguida por praticantes que não é difícil de ser vista nas academias é a seguinte: divisão A/B/C com uma freqüência de 5 vezes por semana de segunda a sexta sendo A segunda e quinta, B terça e sexta e C quarta.

Porém esta divisão parece não ser a melhor para quem busca uma simetria muscular, vejamos por que: em uma meta análise feita por (Rhea et al, 2003) foi evidenciado que indivíduos que treinam recreacionalmente conseguem ótimos resultados em hipertrofia e força com uma freqüência de 2 vezes por semana, pois bem na divisão descrita acima os grupamentos musculares das divisões A e B são treinados 2 vezes por semana, porém os grupamentos musculares na divisão C são treinados apenas 1 vez, isto á longo prazo pode levar a um déficit desses grupamentos musculares em relação aos outros treinados 2 vezes.Mesmo se fosse seguida a divisão com segmentos A Seg, B Ter, C Qua, A Qui, B Sex, no Sábado e no domingo descanso e segunda retorna com o a divisão C.

Neste tipo de divisão sempre algum grupamento muscular teria uma freqüência menor na semana, isso não seria muito interessante para quem busca a simetria muscular, porque seriam dados menos estimulos na semana em algum grupamento muscular.Se fosse incluída uma sessão de treinamento no sábado como é feito por alguns praticantes os grupamentos musculares da divisão C seriam feitos então nesta sessão, solucionando então esse problema de defict.

Uma outra alternativa é a divisão em A/B/C/G1/G2, ou seja seriam feitos de os grupamentos musculares A/B/C ate quarta, quinta um geral 1 e sexta outro geral 2. Abaixo segue o exemplo:

A-Costas e Bíceps.


B-Peitoral e Tríceps.


C-Membros inferiores e Deltóides.


G1-Costas,Bíceps e Peitoral.


G2-Membros inferiores,Deltóides e tríceps




OBS:Este é apenas um exemplo de uma divisão que pode ser feita para serem dados dois estímulos por semana em todos os grupamentos musculares para um treinamento com uma freqüência de 5 vezes na semana.

Neste tipo de divisão seriam treinados 2 vezes todos os grupamentos musculares na semana, pode ser que este tipo de divisão potencialize seus ganhos em relação as outras divisões citadas acima, pois seriam estímulos dados igualmente entre todos grupamentos no período semanal.

O aspecto mais importante para elaboração da freqüência de treinos é a magnitude do estímulo dado, pois cada estímulo (seja ele fraco, moderado, forte ou muito forte) precisa de um tempo de recuperação distinto para que aja a recuperação do metabolismo, podendo então ser aplicado outro estímulo.

De qualquer forma o treinamento deve ser adequado ao calendário de cada pessoa. Não existe uma receita em relação ao tipo de divisão, o que existe é a potencialização dos resultados em uma determinada divisão em relação à outra. Bons treinos e um bom descanso!


Aumente sua força, mas não perca suas características

Aumente sua força, mas não perca suas características





“Dividir para conquistar, defendendo sempre suas fronteiras”.

Essa frase com certeza expressa e resume o que pode ser uma boa preparação física, com objetivo de trabalhar para amenizar algum desequilíbrio muscular do atleta, visando melhorar seu desempenho final no gesto esportivo e principalmente na luta.

Dividir o treinamento visa melhorar esses pontos fracos do atleta, pois eles podem inclusive, o deixar mais sujeito a lesões.

O treinamento deve manter o que o atleta já conquistou e tem de melhor, pois um dos maiores erros dos treinadores é perceber que seu aluno tem muita facilidade para determinada atividade( exemplo: potência de membros inferiores) e não treinar mais esse tipo de atividade, insistindo exaustivamente, em outra, a qual o mesmo não possui a menor característica individual.

Não está isento treinar essas atividades, porém a ênfase deve ser dada no que o atleta tem de melhor para oferecer, tornando o movimento ou movimentação o mais próximo possível da perfeição.

Ninguém gosta de enfrentar um Expert em determinada atividade, porém vemos hoje, muitos atletas de MMA com a “síndrome do pato”, não é bom na terra e não é bom na água!

Um bom exemplo disso, podemos observar em alguns atletas consagrados no jiu-jítsu, que só porque aprenderam alguns socos, acabam achando que podem trocar com um exímio lutador kick boxing, que treinou isso toda sua vida… Sou a favor sim de um Cross training, porém mantendo a característica individual de cada lutador.

O treinamento específico sem dúvida é o mais importante, mais não pode andar sozinho sem uma boa preparação de treinamento de força, potência e resistência.

Sou adepto ainda ao lema: QUANTO A FORÇA, NÃO HÁ RESISTÊNCIA!

O treinamento de força cada vez mais vem se tornado uma peça fundamental para essa tão disputada modalidade de combate que é o MMA.

Vemos super atletas, o esporte evoluiu muito na preparação física, é como comparar o SURF com o TOW IN ( arte de desafiar ondas gigantes).

Qual a relação que o treinamento de força tem com as modalidades de combate?

Vários aspectos podem ser relacionados à necessidade do treinamento de força, alguns deles podem ser observados mais adiante:

Resistência de força: Manutenção da pegada

Força rápida (potência): Entrada de uma técnica com oposição do oponente

O que é importante o treinador levar em consideração?

1- Escolha dos exercícios.

2- Ordem dos exercícios.

3- Resistência ou intensidade a ser utilizada.

4- Número de séries.

5- Freqüência semanal.

6- Intervalos entre as séries e os exercícios.

7- Quais grupos musculares precisam ser treinados?

8- Quais exercícios são utilizados para treinar esses grupos musculares?

O treinador deve lembrar ainda que:

9- Quais são as fontes energéticas básicas (aeróbia, anaeróbia lática, anaeróbia alática) que precisam ser treinadas?

10- Variações técnicas, Estilos de luta, Condição física inicial do atleta.

11- Golpes: cada segmento corporal realiza movimentos diferentes, Aplicação de força por vários segmentos com manutenção do equilíbrio em apenas um pé é muito importante.

12- Angulações na flexão ou extensão das diversas articulações envolvidas:

Probabilidade de combinações é praticamente infinita.

13- Muitos golpes envolvem rotação: capacidade de resistir e aplicar força rotacional.

Todos os grandes grupos musculares devem ser treinados, uma vez que eles são solicitados durante a luta.


E ainda:

14- Que de 1-5 repetições a 90-100% de 1RM são efetivas em aumentar a força sem o aumento da área de secção transversa.

10-12 repetições a 70 a 85% de 1RM estão associadas ao aumento da área de secção transversa do músculo

Deve ser levado em conta também que o aumento de peso do atleta pode causar implicações na sua categoria, por isso alguns preceitos não devem ser esquecidos:

15- Duração da sessão: 45-60 min. 3-6 x 3-5 RM ou trabalho até a exaustão com 90-95% de 1RM, Maximização da ativação dos mecanismos neurais envolvidos no ganho de força máxima.


16- Intervalo entre as séries: 5-8 min., embora alguns sugiram 3-5 min. Intervalo entre as sessões para mesmo grupo muscular: 72 h


17- Auxílio externo para diminuir a dificuldade para ultrapassar o ponto de maior limitação mecânica


18- Exercícios para grandes grupos musculares devem ser colocados no início da sessão por questão de segurança.


19- Transferência para potência:

Intenção de mover a carga com velocidade, ainda que não consiga


Esses são algumas pequenas observações, porém considero de muita relevância para o treinamento de força.






E não esqueça:


Divida seu treino, mantenha suas características e conquiste a vitória





Anatomia no Jiu-Jitsu e MMA

Anatomia no Jiu-Jitsu e MMA


Para um trabalho bem planejado de preparação física conseguir suprir eficientemente as necessidades quanto à preparação técnica (de fato, a parte mais importante para lutadores), antes de qualquer coisa devemos selecionar os exercícios que serão utilizados.

Para isso, o princípio da especificidade deve ser respeitado como um dos principais critérios desta seleção. Afinal, será que lutadores utilizam os mesmos músculos e do mesmo modo que, por exemplo, jogadores de futebol solicitam em seus movimentos? Claro que não.

Assim, apesar de todos os avanços científicos nos meios e métodos utilizados com atletas de modalidades de combate, conceitos básicos como a observação das técnicas em referência à anatomia do movimento às vezes são negligenciados.

Bem devagar, aos poucos, estamos trabalhando em um projeto aprofundado cujo objetivo é trazer luz baseados em conceitos de anatomia aplicados às técnicas de lutas. De toda sorte, a previsão deste lançamento - em livro - será somente para 2012 ou 2013.

No entanto, não custa tentarmos resumir alguns pontos-chave para aplicação de conceitos de anatomia do movimento no Jiu-Jítsu e MMA, em especial sobre os grupos musculares associados às principais técnicas. Para facilitar o entendimento, sugerimos que observem os músculos ilustrados na figura que acompanha este artigo.

Lembramos que nossa análise será sucinta, pelo fato de que, se considerarmos as variações de técnicas e estilo de cada lutador e o fato de que, em muitos golpes, cada segmento corporal realiza movimentos diferentes, a probabilidade de combinações pode ser infinita.

Além disso, em algumas técnicas, existem mais de um músculo primário sendo solicitados; entretanto, para abordagem mais generalizada, nos atemos propositadamente somente aos músculos principais. Desse modo, apesar de se estabelecer que todos os grandes grupos musculares – tórax, costas, coxas e pernas, etc. – devam ser treinados, pois são exigidos durante os combates, procuramos esclarecer quais são as regiões mais solicitadas e, eventualmente, os tipos de ações musculares características dos golpes nessas modalidades.


Jiu-Jitsu

Nos momentos iniciais de um combate o que ocorre, de modo geral, é a possibilidade de o atleta projetar o oponente ou puxá-lo para sua guarda.

Principais músculos solicitados (técnicas de projeção): Membros inferiores (músculos da cintura pélvica, coxa, perna e pé); região lombar e abdominal (solicitação ligeiramente inferior comparada à região lombar); região das costas (grande dorsal) e do tórax (peitoral maior).

Embora realizem algum trabalho de força máxima ou potência, de modo geral, as musculaturas do antebraço, região lombar, abdominal e pescoço, realizam trabalho de resistência muscular, porém com característica estática ou isométrica (Exemplo: Quando o atleta faz “pegada” no quimono do adversário, ele segura de 1 a 5 segundos – força isométrica – e solta, repetindo constantemente esse procedimento – resistência muscular).

Ainda, embora realizem algumas ações isométricas, as constantes mudanças de direção impõem maior demanda na resistência muscular para as musculaturas anteriores e posteriores do tronco e braços (grande dorsal, peitorais, bíceps e tríceps).

Salienta-se que grande parte dos golpes de projeção envolve rotação e, especialmente, a região lombar e abdominal sofrem grande demanda da capacidade de resistência e aplicação de força rotacional (aplicação de força em movimentos de rotação do corpo no próprio eixo, ou seja, entre a porção superior e inferior).

Principais músculos solicitados ("puxar para guarda"): ações de potência (para o salto de puxada) e/ou resistência muscular de baixa intensidade (nos deslocamentos no tatame) e força isométrica ou estática dos membros inferiores (ao comprimir as pernas ao redor do corpo do adversário – “fechar a guarda”). Além disso, ações de potência da região lombar e abdominal (para se defender de tentativas de projeção por parte do adversário).

Ainda, ações de potência da musculatura das costas e do tórax (respectivamente, no movimento de puxada para a guarda fechada e quando empurra o adversário para evitar ser projetado); ações de força máxima do bíceps (braquial e braquiorradial) e tríceps e, por fim, ações isométricas e de resistência muscular do antebraço, região lombar, abdominal e pescoço.

Principais músculos solicitados (técnicas de solo): No solo, alternam-se constantemente ações dinâmicas e isométricas (para estabilização de alguma posição). Quanto às ações dinâmicas, há necessidade de força máxima e/ou potência para executar, por exemplo, um golpe de “raspagem”, passagem de guarda ou finalização.

Quando o atleta está por baixo (“fazendo guarda”) observa-se solicitação da região abdominal e lombar nas tentativas de raspagem ou defesa da guarda e dos adutores dos quadris ou “virilha” para manter o adversário na sua guarda (força isométrica). Ainda, das costas e tórax para puxar e empurrar na tentativa de concretizar algum golpe, do pescoço/trapézio e antebraços, respectivamente, para defesa de finalizações e “pegada”. Além disso, observa-se, frequentemente, a solicitação dos membros inferiores na tentativa de “raspar” ou inverter o adversário e também de “repor a guarda”.

Por cima, o atleta que, por exemplo, tenta passar a “guarda alta”, “toreando”, solicita os membros inferiores na tentativa de passar a guarda do adversário, as costas e o peitoral maior para manter sob controle as pernas do adversário e executar a passagem. Ainda, é solicitada a região lombar e abdominal para manutenção do equilíbrio e postura, evitando as tentativas de “raspagem” ou inversão. Além disso, é observada a solicitação do pescoço/trapézio para “fazer postura” para passagem de guarda e na defesa das tentativas de finalização do adversário por estrangulamento. Os antebraços são solicitados para a execução da “pegada”, envolvendo ações que caracterizam o uso da força isométrica, dinâmica e de resistência muscular.

Salienta-se que grande parte das posições de raspagem, reposição de guarda, passagem de guarda, finalização, etc. envolve rotação, solicitando principalmente a região lombar, abdominal, deltóides e membros inferiores. Desse modo, o trabalho de preparo físico e técnico para aplicação e resistência às forças rotacionais é de suma importância para atletas dessa modalidade.


Vale-Tudo ou MMA

Nessa modalidade, são válidas ações técnico-táticas de três estilos de modalidades de combate – luta de projeção, de solo e de contato. Assim, por já tratarmos sobre as ações e regiões musculares mais solicitadas nos dois primeiros estilos, vamos concentrar nossas explicações sobre o terceiro estilo.

Em referência à utilização de golpes traumáticos, os membros inferiores tendem a ter ações de baixa intensidade (deslocamentos no ringue) e de potência: (a) para antecipação, ou seja, execução de golpes antes que haja ação do adversário; (b) nos golpes realizados especificamente pelos membros inferiores – chutes; (c) pela transferência de energia cinética, aumentando a força e velocidade nos golpes com solicitação de membros superiores – socos.

Quando um atleta desfere um chute frontal, “canelada”, joelhada, etc. a perna de ataque perde contato com o solo e uma única perna constitui a base de apoio, implicando manutenção do equilíbrio em apenas um pé. Além disso, quando o atleta realiza uma combinação sequencial de golpes (Ex: “canelada” seguido de socos) e a perna de ataque não retorna ao contato com o solo, é preciso que a musculatura dessa região seja capaz de manter a estabilidade, enquanto o restante dos segmentos efetua ação de grande potência.

Quando o atleta realiza um chute com extensão do joelho (Ex: chute frontal, canelada, etc.), os músculos mais solicitados são os extensores do joelho e flexores do quadril da perna de ataque (musculatura anterior da coxa – quadríceps femoral, iliopsoas, sartório e tensor da fáscia lata), além da região lombar e abdominal (solicitados para manutenção do equilíbrio e postura).

Quando o golpe é realizado somente com flexão do quadril (Ex: joelhada), além da região lombar e abdominal, os músculos mais solicitados são os flexores do quadril (musculatura anterior da coxa – reto femoral, iliopsoas, sartório e tensor da fáscia lata). Na perna que permanece apoiada sobre o solo, os músculos mais solicitados são os extensores do quadril e do joelho (glúteos e musculatura posterior e anterior da coxa), além dos flexores plantares (“panturrilha” - gastrocnêmio e sóleo).

Quanto aos golpes traumáticos com solicitação de membros superiores, observamos a necessidade de grande resistência muscular e potência, especialmente dos deltóides, tríceps e peitoral maior (socos em linha reta – Jab e Direto); bíceps (braquial e braquiorradial), antebraços, deltóides e peitoral maior (socos em ângulo e golpes com antebraço – gancho, upper, cruzado e cotovelada), além de resistência muscular de característica isométrica nos deltóides para manter a guarda alta (braços elevados com as mãos próximas do tórax e da cabeça).

Os músculos abdominais e lombares, além de serem solicitados para manutenção do equilíbrio e postura, transferem a potência iniciada pelos membros inferiores – energia cinética ou do movimento – para as costas e braços, aumentando a força e velocidade dos golpes.

Por fim, os movimentos de esquiva (pêndulo, flexão e extensão do tronco, flexão do tronco lateralmente, etc.) solicitam principalmente a região lombar, abdominal e o grande dorsal. Além deles, os membros inferiores também contribuem, contudo sua solicitação é ligeiramente inferior.

Conclusão...

Baseados nessas informações iniciais (resumidas) para reflexão, o(s) treinador(es) em conjunto com o preparador físico do atleta pode auxiliar a direcionar a escolha dos exercícios versados na especificidade e, ir mais longe, ajustando às características individuais do lutador (individualidade biológica) para desse modo conseguir atingir seus objetivos o mais próximo possível da realidade da luta e do atleta em questão