PATROCINADORES

PATROCINADORES
PATROCINADORES

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Royler Gracie

Royler Gracie

Era um dia normal na rotina de Royler Gracie, até que o telefone tocou. Do outro lado da linha estava Renzo Gracie, que fazia uma proposta irrecusável. “Ele disse que estava com o Sheik Tahnoon e perguntou se eu aceitava lutar com o Eddie Bravo, e eu falei que queria na hora”, conta Royler. A conversa, sacramentada oficialmente horas depois, gerou uma ansiedade na comunidade do Jiu-Jitsu, que já aguarda pela revanche no ADCC 2011. O faixa-preta falou sobre a revanche, os erros que cometeu  na luta de 2003, quando acabou finalizado, as vantagens de treinar com e sem quimono, analisou a super luta entre Renzo Gracie e Zé Mario Sperry, falou sobre uma possível volta às competições e muito mais. 

Como está a expectativa para a revanche com o Eddie Bravo?

Eu vou treinar forte, pode ter certeza que estarei bem preparado. Não entro em luta nenhuma para fazer feio, meu condicionamento e meu treino são bons e eu tenho um histórico bom em campeonatos. Apesar de não estar mais no circuito, se eu quiser voltar, vou ter que voltar bem. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e ele não mata o cavalo duas vezes... O couro vai comer.

O que você pretende fazer de diferente nessa luta em relação à outra?

Vou tentar entrar o mais em forma possível, e acho que ele também deve estar fazendo a mesma coisa, eu espero isso... Quero fazer uma luta com cautela, prestar mais a atenção e não dar a bobeada que eu dei no outro confronto, onde um minuto de distração causou minha derrota. Esse tipo de coisa não pode acontecer no meu profissional e eu paguei o preço. Não tenho mais nada a pagar, já paguei o que tinha que pagar. Agora é só alegria, só lucro e irei correr pro abraço, podem ter certeza.

Existe um tempero extra por se tratar de uma revanche?

É engraçado falar em revanche, porque eu nunca me preocupei com revanche, foi ele quem veio me propor uma revanche, parece que foi ele que perdeu a luta. Ele ganhou, mas não voltou para disputar o terceiro e quarto lugar no evento, e eu voltei, fiquei com a terceira colocação e ele não ganhou nada. A grande vitória dele foi ter ganhado de mim, esse foi o grande mérito dele, que até hoje colhe os louros dessa vitória. Agora a história vai ser outra e eu não estou nenhum pouco preocupado com o que aconteceu no passado, estou preocupado com o que farei agora.

Você acha que pelo fato de ele estar há oito anos só dando o foco no Jiu-Jitsu sem quimono, talvez ele possa levar vantagem sobre você?

Jiu-Jitsu é Jiu-Jitsu, cara. A primeira vez que eu lutei em Abu Dhabi, eu tirei o quimono uma semana antes, no segundo ano eu tirei um mês antes, no terceiro ano dois meses antes, e acho que isso aí não vai me causar surpresa. Estou acostumado com esse tipo de competição e terei tempo de fazer os ajustes, isso não é problema. O cara que treina sem quimono fica mais escorregadio, mas o cara que treina de quimono tem mais recursos, é muito mais completo. Quando a gente tira o quimono é claro que o nível diminui, mas a técnica continua a mesma e dessa vez vou treinar sem quimono por mais tempo.

Você esperava esse convite?

Sempre achei que isso uma hora ou outra iria acontecer, nós estamos há bastante tempo sem lutar e ele já vem galgando isso e fazendo esse estardalhaço de fazer uma nova luta comigo há um bom tempo, o que é uma coisa boa para nós e para o esporte. A gente ainda não tinha conseguido um lugar que fosse valorizar essa luta e nada melhor do que Abu Dhabi, que é onde teve o confronto há oito anos. Esse convite surgiu com o Renzo, ele me ligou ontem, disse que estava com o Sheik Tahnoon e perguntou se eu aceitava lutar com o Eddie Bravo, e eu falei que queria na hora. Perguntei se seria um Vale-Tudo ou um esportivo? Ele disse que seria esportivo, e eu aceitei na hora.

E o que você espera desse confronto entre o Renzo e Zé Mario Sperry, também confirmado para o evento?

É bom que o Zé Mario esteja em forma porque o Renzo está “tratorando”, vem treinando sem quimono e está mais pesado também. Vai ser um belo confronto o do Renzo com o Zé Mario, assim com o meu com o Eddie Bravo. Espero que os quatro estejam em forma para proporcionarmos um excelente espetáculo.

Corre o risco dos veteranos roubarem a cena da super luta do Bráulio Estima com o Jacaré (risos).

Não, cara, acho que não. Os caras estão em ouro nível, são mais jovens e estão com uma pujança física muito boa também, cada luta tem o seu atrativo e todas as lutas vão somar de maneira positiva ao evento. Não quero ofuscar ninguém e acho que eles pensam da mesma maneira. Parece que jogaram uma bomba na internet e explodiu para tudo que é lado, engraçado, né? O Royler está há muito tempo sem lutar, enquanto o Renzo tem lutado esporadicamente, as pessoas querem ver a gente lutar pela história que a gente fez no esporte.

Essa volta pode acender a chama da competição e fazer com que você volte a pensar em fazer mais lutas de Jiu-Jitsu, Submission e MMA?

Minha preocupação agora não é essa e sim fazer esse evento, me apresentar bem e voltar para o circuito porque estou há um tempo sem competir. Não perdi o foco, estou treinando pra caramba, corro e dou minha malhada diariamente, mas voltar pro circuito profissional adulto é uma coisa complicada, pois já estou em uma idade que já não é mais a mesma coisa e já tenho outros ideais na minha vida.

O que você espera da luta entre o Bráulio e o Jacaré?

Vai ser uma luta dura pra caramba, os dois caras que estão na ponta dos cascos, o Jacaré está se dedicando mais ao MMA, mas isso não quer dizer nada. Acho que ele vai vir pra cima do Bráulio, vai ser uma luta boa. O Bráulio é casca-grossa e está sempre treinado, tem um vigor físico muito bom, os dois são detentores de vários títulos, não tenho um favorito, vou estar lá para prestigiar o evento e que vença o melhor, vai ser um grande espetáculo para o público.

Nenhum comentário:

Postar um comentário