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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Vinicius Pezão

Vinicius Pezão

Novo campeão meio-pesado da M-1 Global, o brasileiro Vinícius “Pezão” Magalhães mostrou, contra Viktor Nemkov, porque é considerado um dos grapplers mais técnicos do mundo. Após finalizar o oponente com uma gogoplata da montada, o faixa-preta , sua evolução desde a saída do UFC e seus planos para o futuro, focados principalmente no MMA. “Não posso mais ficar levando minha carreira na sacanagem. MMA não é igual Jiu-Jitsu. No Jiu-Jitsu você perde um campeonatinho aqui, mas ganha o Mundial no outro mês e todo mundo só vai lembrar de você como campeão mundial. No MMA, nada apaga as suas derrotas”, afirmou Vinny, que falou sobre a possibilidade de lutar o ADCC este ano e seu desejo de voltar ao Ultimate.
 O que você achou da luta? Saiu tudo como você estava planejando?
 Para ser sincero, eu fiquei feliz que sai com a vitória, mas não fiquei satisfeito de como a luta se desenrolou. Eu lutei muito melhor nas minhas últimas seis lutas do que nessa última. No final do primeiro round eu já estava me sentindo cansado, e não tinha nada a ver com falta de treino, afinal eu havia lutado quatro semanas antes e nunca parei de treinar desde então. O cansaço, na verdade, foi mais do que falta de gás, meu corpo cansou, as pernas cansaram, os braços cansaram, e como eu não estava conseguindo achar as posições que eu estava buscando de imediato, tiveram momentos no qual eu me frustrei um pouco e isso fez com que eu ficasse meio displicente, ate mesmo no chão, mas especialmente na luta em pé.
 Gogoplata é uma posição bem complicada de se fazer no MMA. Você costuma treinar?
 Na verdade não é a primeira vez que eu faço uma variação daquela técnica numa luta. Eu apliquei um movimento parecido na minha segunda luta quando eu estava no TUF. Realmente não é uma posição das mais tradicionais, mas eu pratico bastante na academia, e a razão pela qual eu decidi ir para aquele movimento ao invés de ir para algo mais simples, com um arm-lock, foi porque eu achei que se eu surpreendesse meu adversário com algo que ele não conhecesse, as chances dele sair da posição seriam muito menores.
 A sua praia sempre foi o jogo de chão. Como tem trabalhado a sua evolução em pé?
 Eu faço treino especifico de Muay Thai três vezes por semana com o Mark Beecher, que é um excelente treinador de Muay Thai, já formando vários campeões mundiais de Muay Thai, e que também foi treinador do Forrest quando ele venceu o Rampage pelo titulo do UFC. Eu alterno os treino específicos com o Mark com três seções de sparring por semana na Xtreme Couture, ou seja, eu treino minha parte em pé seis vezes por semana.
 Ainda é algo que eu preciso melhorar? 
Obvio que é, mas eu acredito que eu já tenha evoluído bastante. Na minha ultima luta aqui nos EUA eu consegui colocar meu adversário pra baixo com um gancho de direita e acabei vencendo a luta logo em seguida com um ground and pound. Ou seja, estou melhorando, mas não me iludo achando que já dá pra ficar na frente dos meus adversários de mãos baixas e fazendo firula no melhor estilo Anderson Silva, porque eu estou muito longe daquele nível.
 Foi a sua sexta vitória em sete lutas desde que deixou o UFC. Você se considera um melhor lutador hoje?
 Sim. Eu acredito que eu tenha melhorado bastante, e minha maior evolução talvez não tenha sido técnica, mas sim mental. Eu já tinha o nível de Jiu-Jitsu que tenho hoje quando estava no UFC, só não estava sabendo usar. Estava entrando para lutar sem estratégia, entrava nas lutas achando que meus adversários iriam simplesmente me colocar pra baixo e consequentemente cairiam no meu jogo. Eu entrava nas lutas passivo e cheio de esperanças e acabava saindo derrotado. Hoje em dia eu busco a luta, vou pras quedas, tento colocar o primeiro soco, sou o agressor. Resumindo, a diferença de mim hoje para o que eu era quando eu comecei a lutar é que hoje tenho muito mais atitude dentro de uma luta do que eu tinha antes. Obvio que melhorei tecnicamente, mas atribuo os resultados a essa minha maneira nova de lutar, mais do que qualquer outra coisa.
 O que você aprendeu nesse tempo?
 Muitas coisas, na verdade... Hoje em dia eu tenho muito mais responsabilidades fora da área da luta. Tenho minha mãe no Brasil que depende de mim, minha família aqui nos EUA, meu filho de seis meses, e com o tempo passando, e entre essas e outras responsabilidades, eu não posso mais ficar levando minha carreira na sacanagem. MMA não é igual Jiu-Jitsu. No Jiu-Jitsu você perde um campeonatinho aqui, mas ganha o Mundial no outro mês e todo mundo só vai lembrar de você como campeão mundial. No MMA, nada apaga as suas derrotas. 
Você tem o desejo de voltar para o UFC?
 Eu tenho mais quatro lutas no meu contrato com a M-1 Global, e óbvio que eles terão a prioridade quando for a hora de assinar um novo contrato, mas o UFC atualmente tem os melhores lutadores do mundo, especialmente na minha categoria, então eu estaria mentindo se dissesse que não tenho planos em um dia fazer parte daquele grupo de lutadores. Eu só acho que seria um processo meio longo, afinal meu recorde ainda está longe do ideal e eu ainda sinto que preciso evoluir muito ainda como lutador para que possa competir de igual pra igual com os melhores do mundo.
Este ano teremos o ADCC na Inglaterra. Você tem planos de competir novamente?Eu tenho minha cidadania americana, mas não pude participar das seletivas americanas porque eu estava me preparando para minhas lutas de MMA no mesmo período em que estavam acontecendo os eventos aqui nos EUA, e acabou que a seletiva brasileira também foi num mesmo final de semana que eu tive uma outra luta. Ou seja, se eu quisesse competir, eu precisaria receber um convite da organização do evento. Eu acredito que depois dos resultados do ultimo evento (bronze no peso e no absoluto), eu até mereceria uma chance, mas se eu não for convidado também não ficarei chateado, pois a minha prioridade hoje em dia é a minha carreira no MMA.
O que faria de diferente para sair com os títulos este ano?Se fosse para competir esse ano, eu tentaria passar umas semanas no Brasil, ou faria um treino especifico de grappling aqui em Vegas mesmo com o Robert Drysdale, com quem eu já venho treinando ultimamente. Eu até que fiquei satisfeito com meus resultados no último ADCC, mas não fiz nenhum treino especifico para o evento, apenas treinei com meus alunos e com o pessoal de MMA da Xtreme Couture. Então acredito que, se eu focar só no meu treino de grappling, talvez o resultado poderá ser um pouco melhor.

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